Mergulhando no Amor

Mergulhando no Amor

Mensagem do Mestre

Não é possível se conectar com o amor, sem levar um pouco de amor consigo. Muito já se falou do amor, ao ponto da banalização. Foi reduzido ao amor sexual e, em muitos grupos, a um amor incondicional e sem medida, onde tudo é aceito e permitido.

Reflita um momento sobre a permissão e a permissividade, a abrangência e a restrição. Você continua navegando pela dualidade, pois hora se expande, hora se restringe.

Hoje, venho falar do crer. Crer é muito maior do que aquilo que você possa ter recebido em quesito de espiritualidade. Crer é a fé em movimento. Isso se dá unicamente entre você e você. Sempre foi e sempre será entre você e você. Se entender isso, atingirá uma profundidade absurda para curar a si mesmo e aos outros. Atingirá o âmago do ser. Elevará o seu nível de consciência até o conhecimento de que somos todos um.

Se tudo é um, como você pode ser todos? Nisso paira todo o questionamento e limitação. Imaginamos sempre que ajudar o próximo é um movimento social, mas se é apenas social, não terá poder real de transformação. Ainda não é entendimento, mas apenas um movimento intelectual. Isso é sem dúvida um avanço.

Todos falam, atualmente, do social e da ajuda humanitária, mas como poderei ajudar humanitariamente se ainda não sou completamente humano? Se eu sou completamente humano, aceito minha manifestação terrena e respeito profundamente o lugar em que vivo, seja ele a terra ou meu corpo manifesto. O corpo também é sua casa, também é a sua pátria. Ser humano, amado, é entender que se tem escolhas. A escolha vem através de um amor profundo pelo próprio ser. Quando você tem isso, já entendeu o amor.

Eu convido todos vocês a verdadeiramente mergulhar no amor. É, desde sempre, o lugar maior de cura. Neste lugar há perdão, dissolução das mágoas, perdão ao infinito e manifesto, muitas vezes, em gerações anteriores. Muitas vezes, você carrega uma dor que só é possível curar quando seu ancestral é perdoado ou perdoa alguém que o tenha ofendido. Então, quando falamos de amor elevado e profundo, queremos falar do amor que te cura e que eventualmente cura o outro. O amor tão grande que toca a ferida alheia.

Então, através do profundo amor, você pode perdoar pelo outro. Como pedir perdão por outro, se ainda há julgamento em você? Na cura, amado, não há julgamento. Você diz não saber se ele estava certo ou errado, mas na cura, o perdão é absoluto, o amor é absoluto. Quando você diz “está curado”, repete as palavras de um antigo que dizia “sua fé te curou”. Fé é crer sem tocar. Acreditar absolutamente sem julgamento em uma ponte imaginária entre você e o resultado desejado.

Seja o resultado uma cura física ou uma união, volto ao princípio e pergunto: quanto amor você já tem? Quanto perdão você já tem? Na maioria de nós, existem desejos sempre atrelados ao outro: “se fulano me ajudar…”, “se tal pessoa for melhor…”, “se meu chefe for legal…”, então tudo será melhor.

Contamos sempre com a transformação do outro, mas o quanto estamos dispostos a enxergar a realidade do outro? Dizemos continuamente “você é preguiçoso”, “você não vai concluir”, “você não muda”, “eu não vou conseguir”, “está difícil”… Então quanto nós acreditamos naquilo que almejamos?

Uma doença física se manifesta por um propósito e, via de regra, acreditamos que seja uma punição. Não encaramos isso como um aprendizado, embora tudo seja, de fato, um aprendizado. Quanto mais rápido aprendermos essa lição, mais rápido alcançaremos o próximo nível. Então imagine onde quer chegar e imagine o resultado que deseja. O quanto você acredito nesse resultado? A maioria de vocês não sabe bem o que deseja, que dirá entender os resultados.

Os seus pensamentos giram e conseguem apenas constatar que não estão felizes, que não são prósperos como gostariam, que não atingiram os objetivos. Faça essa reflexão: que resultado desejo? Se tenho uma unha encravada, quero a saúde do meu dedo. Surge a dúvida – devo arrancar a unha, passar uma pomada? O que fazer? A unha não é o resultado desejado, mas sim o alívio da dor.

Então peça de forma tranquila e sincera que seu dedo esteja em paz e que a cura se estabeleça rapidamente e da melhor forma possível. Seu eu-superior já conhece a cura. Todos as experiências pela qual passamos são arquitetadas pelas nossas inteligências superiores. Sim. Você criou essas experiências para que, através delas, possa se lapidar. Então me diga, quem é o culpado? Nós buscamos sempre os culpados. Se há culpa, há julgamento. No amor não há julgamento.

Medite sobre isso e olhe para seu eu-superior. Diga: “agora eu posso me curvar diante de você”. “Se você me colocou esse desafio, é por que já sabe a solução”.

Com esse entendimento profundo entre você e você mesmo, poderá dizer “eu-superior, te reverencio e quero o aprendizado, por favor, me permita um aprendizado rápido e indolor”. Mas mesmo assim não obteve resposta? Porque é teimoso, fez toda a reverência, como dizem na terra “de brincadeirinha”. Seu eu-superior é mais esperto. Ele espera calmamente ao seu lado. Por vezes, chora com você e diz “quantas vezes vou ter que fazer você passar por essa mesma experiência?”. Por um momento, repita “eu me libero de toda a teimosia e peço para que todos os antepassados que tenham essa mesma programação me abençoem quando me curvo.

Me libero desse intelectualóide obtuso que me aprisiona e me causa dor, que me mantém escravo, dia após dia, ano após ano”. Se tiver coragem, observe quantos pedidos fez ao longo dos anos e como eles continuam os mesmos. “Eu pedi a mesma coisa, dezenas de vezes, milhares de vezes e ainda não alcancei”. Então reflita sobre esses pedidos, consulte seu coração.

Perceba que o pedido é a sua rigidez e teimosia. Talvez o grande aprendizado seja mudar seu pedido.

Não é Deus quem tem que te conceder, lembre-se de que isso é entre você e você mesmo. Olhe para seu eu-superior e observe o pedido. Olhe nos três ângulos: se eu obtenho isso, o que há de bom sobre isso? Se eu não obtenho isso, o que é bom sobre isso? Finalmente, pense como pode mudar seu pedido para que fique confortável tanto para você quanto para seu eu-superior.

Encontro Terapêutico e Meditativo – Junho/2017


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